quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Solidão


Um certo dia, eu acordei
Ao me olhar no espelho
Percebi que fiquei mais velho
Mas será que mais velho fiquei
Por que o dia de ontem passou
Ou por que sozinho estou?

Indago-me a cada passo que dou
Na vã estrada da solidão
Se os deuses nunca olharam um pouco para mim

Indago-me ainda
Na doce desilusão na qual me encontro
Se um frágil raio de luz
Não poderia iluminar meu caminho

Solidão
A mais triste das palavras
O estado que eu me encontro
Perdido numa porção de pensamentos
Que não se ligam

Solidão
Mais podre das palavras
Me contagiou
Naquela manhã, naquela ensolarada manhã
Quando nos separamos eternamente

A cada dia, eu vejo seu reflexo no espelho
O espelho cujos reflexos são amargas dores
E escuto sua voz, cálida voz
E sinto seu perfume, doce perfume

Sentado estou, em frente ao espelho
Mas meus reflexos não chegam até mim
Porque cego estou por causa da solidão
Única coisa que meu reflexo reflete
É o reflexo de minha amada
Cuja forma existe apenas
Em forma de imagem

Faça-a voltar, faça-a voltar, faça-a voltar
Dor no coração estou
Caio de joelhos para pedir súplica

Me encontro no mais profundo desespero
Neste fechado recanto
Minha alma eu prendi
E a chave se encontra
No meu pensamento, no meu mais profundo pensamento
Sem seu cálido sorriso, cálido sorriso, cálido sorriso

Louco estou
Louco por querer tê-la de novo
Em meus braços
E dar-lhe abraços
Seu coração pulsando, seus pulmões respirando

Faça-a voltar, faça-a voltar, faça-a voltar
Ó deus poderoso,
Faça-a voltar
Para finalmente eu conseguir
Achar a chave para poder sair dessa solidão
Sublime e obscura solidão

Nenhum comentário:

Postar um comentário