quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Um Homem Totalmente Apaixonado




E lá estava eu novamente, naquela mesma situação. Fitava-a do outro lado da rua, no interior de sua casa, na janela de seu quarto, trocando de roupa. Eu não tinha desejos intensos por vê-la apenas portando roupas íntimas – por mais que seu corpo fosse incrivelmente belo -, mas sim por ela por si. Sim, eu sou mais um destes bobalhões apaixonados platonicamente por uma garota que nunca dará bola.
Eu não quis me apaixonar por ela – ninguém quer se apaixonar platonicamente por outra pessoa, é sofrimento demais, principalmente quando se é um nerd “quatro-olhos” lotado de espinhas e a garota é uma patricinha mimada -, mas, quem controla o coração? Não é a gente, pode apostar. Se eu controlasse o meu, ninguém que eu iria me apaixonar pela Vanessa – por mais que ela fosse bela e facilmente apaixonante -, certamente iria me apaixonar perdidamente pela Renata. A Renata não é uma garota tão bonita quanto a Vanessa – a Vanessa é uma escultura abundante, daquelas bastante belas, enquanto a Renata é uma garota simplória, que não deixa de ser atraente -, mas é uma garota simpática e compartilhamos alguns desejos, como a leitura contumaz e o gosto pelos estudos.
Disseram a mim, certa vez, que a Renata era, na ocasião, terrivelmente apaixonada por mim. Estranhei, a princípio, afinal, ter dezesseis anos, ser BV e bem nerd – o típico estereótipo nerd, com espinhas e óculos -, não faz nenhuma garota aproximar de ti com olhos apaixonados; senti-me um sortudo. E um bobalhão estúpido, afinal meu coração pertencia – e ainda pertence – à Vanessa, que me despreza terrivelmente.
- Por que, meu Deus? Por quê? – eu sempre me pergunto, todos os dias.

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